No documentário Varda por Agnès, último filme da cineasta belga Agnès Varda, a diretora recorda de seus filmes e reflete sobre o que passou a lhe interessar na realização de seus trabalhos. A sensação é a de que se trata de uma despedida. A obra é, afinal, o retrato de uma mulher e de uma artista. De curiosa observadora do mundo e de experimentadora discreta, que começa como fotógrafa, Agnès se lançou como cineasta com La Pointe Courte (1954), consagrando-se em Cléo das 5 às 7 (1962). Depois disso, passou um tempo no esquecimento, justificado talvez pelo fato de se interessar por aquilo que para muitos cineastas da atualidade são coisas irrelevantes.

De acordo com a própria artista, que morreu aos 90 anos no dia 29 de março deste ano, “nada é banal”. A arte de descobrir a riqueza invisível das coisas e das pessoas estaria simplesmente no olhar, o foco do trabalho de Agnès. Varda por Agnès constitui uma grande aula de direção cinematográfica, além de uma reflexão sobre os processos criativos de um filme.

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