Executiva que atua em desenvolvimento humano em redes de varejo fala sobre comunicação, educação corporativa customizada e lideranças

Marília Saveri é sócia da Praxis Business, consultoria especializada em modelos de negócio e desenvolvimento humano para redes de franchising, varejo e outros canais. Tem experiência como gestora nacional de educação corporativa do Grupo Embelleze, como gestora de marketing, coordenadora de comunicação empresarial e professora universitária. É mestra em comunicação e facilitadora de treinamentos in company.

Em entrevista exclusiva concedida à Newsletter Pós Na Cásper, Marília fala sobre a importância da educação corporativa na performance das equipes das empresas, ainda mais com o avanço tecnológico no pós-pandemia e seu impacto nas relações entre empresas e consumidores.

Marília Saveri, da Praxis Business: “O que são as empresas, o que são os negócios senão as pessoas?” (Créditos: Marília Saveri via LinkedIn)

As empresas perceberam a importância do “life long learning” e da andragogia (ensino para adultos). A Praxis Business oferece diversas soluções customizadas em educação corporativa. Qual a importância de as empresas investirem no aprendizado contínuo de seus colaboradores?

Para a gente conseguir resultados superiores, a gente tem que desenvolver competências para uma melhor performance, para um melhor desempenho e nós vamos ter que desenvolver as nossas equipes. Então, se eu busco aumentar as vendas da empresa, chegar no patamar maior, se eu quero fazer com que os negócios prosperem, fazer com que a empresa cresça, eu preciso desenvolver as equipes. Simon Sinek (escritor e especialista em desenvolvimento de lideranças) diz que se você não entende de pessoas, você não entende de negócios. O que são as empresas, o que são os negócios senão as pessoas? E nós precisamos formar essas equipes, as pessoas chegam com diferentes bagagens e elas precisam ter conhecimento sobre a cultura da empresa.

Você participou recentemente da “ATD – Association for Talent Development”, em Nova Orleans, nos EUA. Quais os principais insights sobre desenvolvimento de pessoas que o congresso proporcionou?

Onde tudo muda muito rápido, onde há pressão por metas, por novas soluções e por esse dinamismo do mercado (…), como é que a gente coloca energia nas nossas equipes e até mesmo, como é que a gente coloca energia nas lideranças? Como é que a gente se reabastece? Como é que a gente recarrega? E aí que entram os insights, né? As soluções que por exemplo a gente precisa na formação dos franqueados para construir bases sólidas, muito conectadas com o propósito do trabalho, com o sentido, o significado. Afinal de contas, liderança é uma escolha. O papel do líder é de desenvolver a sua equipe, então, ele tem um papel de educador, tem um papel de mentor.

Se falou muito também de inteligência emocional, esse é um caminho para reduzir o estresse. A gente aprende e ensina sobre autorregulação emocional. Tudo isso começa na autopercepção e no autoconhecimento.

A pandemia da Covid-19 afetou o mundo todo, levando a uma transformação digital acelerada das organizações. Quais foram os principais impactos nas empresas e como elas mudaram a forma de oferecer produtos e serviços e se comunicar com os seus clientes?

Depende de várias coisas, por exemplo, têm negócios que cresceram, existem setores na pandemia que prosperaram. Agora, a única coisa que eu posso dizer é de uma percepção do mercado de forma geral, que acelerou a digitalização e que muitos processos com tecnologia que talvez levassem anos até serem implantados, foram implementados de forma muito rápida, de um mês para o outro aquilo precisou existir para que o negócio sobrevivesse. Então, foi preciso para muitos tipos de negócios revisitar o seu modelo de negócio, muitas vezes fazer adaptações ou até olhar para novas oportunidades, novos modelos e novos acessos ao consumidor por meio de novos canais de vendas. Então, em diferentes segmentos foi preciso esse olhar para revisão do modelo de negócio, aceleração da digitalização das soluções e olhar para novas oportunidades de acesso ao consumidor.

Quais as recomendações que faz para um estudante de comunicação da Cásper Líbero que deseja atuar na área de comunicação corporativa?

A área da comunicação oferece muitas oportunidades. Na comunicação corporativa a gente trabalha com gestão de conteúdo. Toda empresa precisa de conteúdo, então é possível atuar na área de marketing das empresas, desde aquilo que a gente conhece bem hoje, como gestão de redes sociais, publicidade online ou gestão da comunicação integrada. Mas eu queria fazer um reforço da área onde eu me encontrei.

Depois de ir adquirindo conhecimento nessa área de comunicação corporativa, eu passei para a estruturação de universidades corporativas. Então, esse é um espaço onde a gente transforma conteúdos em aulas, e o jornalismo e a área de comunicação me deram muita bagagem para trabalhar hoje com produção de conteúdos digitais para ensino à distância, para trabalhar com a implantação de universidades corporativas dentro de grandes empresas multinacionais. Tudo aquilo que eu aprendi na graduação em comunicação social, nada foi perdido, tudo me deu muitos instrumentos para que hoje eu consiga desde revisar um roteiro de uma produção de videoaula a aprovar o material. Às vezes, a gente produz podcasts, então a gente utiliza aí o conhecimento também de rádio.

Newsletter Pós Na Cásper

Este conteúdo faz parte da Newsletter Pós na Cásper, uma iniciativa dos cursos de Pós-Graduação lato sensu da Faculdade Cásper Líbero, que informa e divulga as produções realizadas pelos estudantes que desejam aplicar o conhecimento adquirido em suas atividades profissionais nas organizações, ou querem realizar novos projetos, como transição de carreira ou inovação nas funções que já exercem. Iniciativas e perfis de docentes, além de agenda sobre eventos (como aulas magnas e abertas, mesas-redondas, oficinas, rodas de conversa, entre outros) também são o foco da publicação.

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